para viver de fato uma obra-de-arte
eu preciso que ela me suspenda.
que me tire de um estado de comodismo
e, por um instante que seja...
me deixe em estado de suspensão.
que me tire da cadeira.
me tire do meu cotidiano mesquinho.
me leve pra outros lugares
que eu nunca sequer sonhei habitar.
que me falte o fôlego.
que me falte o ar.
e que depois,
de cega e de tonta de tanto rodar
eu finalmente volte a ser.
eu.
novamente.
mas completamente diferente.